A paternidade de José não foi
uma simples adoção, mas também não foi uma paternidade natural ou física. Se
José fosse o pai natural de Jesus, o evangelista Mateus, ao descrever as várias
genealogias, ou os antepassados do Messias (Mt 1,1-16), não terminaria dizendo:
"Jacó foi o pai de José, esposo de
Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo" (Mt 1,16). Se fosse o pai natural
de Jesus, Mateus terminaria dizendo que "José gerou Jesus..." Além do
mais, Mateus logo em seguida esclarecerá novamente que o nascimento de Jesus
não teve o concurso de José: " A
origem de Jesus Cristo, porém, foi
assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José. Mas, antes de
morarem juntos, ficou grávida do Espírito Santo" (Mt 1,18). Portanto, José
não cooperou na concepção de Jesus. Se assim fosse, não poderíamos falar em
concepção virginal. Tanto Lucas (1, 35) quanto Mateus (1,20) explicam que foi a
misteriosa força divina que realizou o grande mistério da encarnação de Jesus
no seio de Maria. Portanto, José não
teve nenhuma participação na concepção de Jesus, tanto é verdade que conhecemos a sua angústia
profunda diante da gravidez de Maria. A
esta altura nos vem espontânea a pergunta: Se José não é o pai natural de Jesus, como podemos chamá-lo de verdadeiro pai? Podemos afirmar que a
paternidade de José é especial, privilegiada por um desígnio especial de Deus.
Ela é uma exceção, por isso mais eficiente, fazendo dessa paternidade algo mais sublime que a paternidade natural.
São José Imagem Terrestre da Bondade de Deus
Pe. José Antonio Bertolin OSJ